Não é culpa da África


A proposta européia de divisão do continente africano no pós-guerra, não somente possibilitou sérios problemas ao continente negro, mas também se pode afirmar também que se dava em uma situação já profetizada pelas colônias.
De acordo com interesses dos países dominantes, a áfrica é então retalhada de modo aleatório, não levando em consideração nenhum critério cultural ou até mesmo físico. Para o processo ideológico, é lógico: facilitar a dominação. Como exemplo, citamos o favorecimento de uma determinada etnia criando uma unidade com o propósito de aumentar a rivalidade dessa para com outra. Ora, a luta contra o apartheid foi atrofiada pela “simples” rivalidade inter - étnica na África do Sul. Processos semelhantes foram usados em outros países, também colônias inglesas, como o Quênia e Gana. Portugal também deu o ar da graça e usou rivalidade tribal para continuar soberano sobre seus países. Mais uma vez a rivalidade (outorgado por Portugal) foi palco de desarmonia entre etnia ativa na libertação da colonização e outra mais branda, como ocorrido em Guiné-Bissau na década de 1950, Guiné e Cabo Verde. Outros países europeus usaram da mesma tática como Itália, Alemanha e principalmente França o que justifica o fato dos países mais pobres da África terem como língua oficial o francês.
Conflitos mais graves foram observados em Ruanda e Burundi onde ocorreram desentendimento entre Tutsis e Kutus. A seriedade era tamanha que as intrigas viraram guerra civil ilustrado do filme “Hotel Ruanda”.
O etnocídio também teve seu espaço. A Nigéria se aliou as forças estadunidenses e britânicas contra Ibos (movimento de independência), recém libertados do país. O intuito era reincorporar o território à Nigéria. Conseguiram, mas dois milhões de pessoas morreram, a maioria Ibos.
Os interesses pelo continente africano são notórias, por sua riqueza mineral, matéria-prima, biodiversidade, diamantes principalmente. Além dos interesses, que já não bastasse, as “metrópoles” articulam seus meios de usurpar as riquezas africanas (naturais e culturais) desencadeando uma ideia de África estática, homogênea e mórbida, sinônimo de fome e miséria, nunca de desenvolvimento.

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