Como ocorrem os deslizamento de terra em regiões de encostas?

O verão brasileiro é um sinal de alerta devido às constantes chuvas. Não há nada de incomum, as chuvas nessa época do ano, ainda sim que os índices pluviométricos venham aumentando a cada ano. As tempestades nos meses de janeiro e fevereiro causam caos com suas enchentes e deslizamentos de terra e é desse último que trataremos agora. O ano de 2011 foi marcado pela tragédia na região serrana do Estado do Rio de Janeiro onde mais de 700 pessoas morreram vítimas dos deslizamentos de encostas devido as fortes chuvas no inicio do ano. Mas por que isso ocorre?
Primeiramente devemos estar em uma região de planalto que por sua vez deve se localizar em locais de grandes índices de chuva. Lugares tropicais como o sudeste brasileiro, por exemplo, onde encontramos o planalto na maior parte da região, temos a predominância intemperismo (ação climática modificando quimicamente ou fisicamente estruturas rochosas) químico, o que envolve a água das chuvas e que gastam as rochas. Juntando esse e outros fatores, forma-se o solo.
Porém esse solo não está totalmente preso a rocha que o originou e a medida que esse se encharca com a água, fica mais fácil dele se desprender.
Elaborei (de forma bem amadora, mas que esclarece bem) uma ilustração para facilitar o entendimento. Vejamos abaixo:



Esse é um processo natural que pode ocorrer a qualquer momento. Mas então você me pergunta “por que isso está acontecendo com mais frequência?”. É uma boa questão, e alguns fatores podem respondê-la.
  • Ocupação dessas áreas. Como já disse, deslizamento de encostas é algo natural, mas sem a ocupação do homem, um deslizamento de terra pode demorar centenas de anos. Isso porque a vegetação nativa desacelera a força da água e as torrentes, diminui a infiltração da água no solo, mesmo porque as raízes pega uma boa porcentagem dessa água, e ajuda a fixar* o solo à rocha através de suas raízes. Mas para a ocupação humana é necessário retirar a vegetação local, deixando o solo desprotegido.
  • Mudanças climáticas. Muito se fala disso hoje em dia e é fato que os índices de chuva estão aumentando a cada ano, algo que provavelmente acelera esses eventos no verão
As chuvas continuaram a cair no sudeste, e a tendência é que elas aumentem. A saída para pelo menos atenuar os desastres e prejuízo, é a desocupação das áreas de risco (o que todo mudo já sabe) e o não loteamento desses locais, algo que governos e imobiliárias insiste em fazer. Acredito que no sudeste brasileiro, a ideia de acrópole não cabe, mesmo porque, na Grécia antiga as famosas “Cidades Altas” não tinham o clima que temos por aqui.

*Na região serrana do RJ, as raízes das árvores não são profundas o que contribuiu para a "avalanche" pois o peso da mata acelerou os efeitos. Portanto, a ideia de raízes fixas não cabe a todos os locais do RJ

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